sábado, outubro 07, 2006

poemas

Tempus Fugit

Somos vozes inclusas no desejo lânguido de pertencer
A esta luz onde a alma finda e se recolhe na memória
Deus, me dê a hora de eu, por mim, escolher a vontade deste inconcreto drama no palco, Deus permita o fingimento ter o seu repouso, que me vai ocultando a palavra, o infinito, a voz que vagueia na senda da capitulação
E um suspiro a quebrar a consciência
Na sombra de aço
Aquando o vento arrasta a sua encenação
E a escuridão nos candelabros da cidade
Sombras chinesas
Arrastam sentidos, diluem-se nos olhos fartos de nada verem.
Por quem esperas, poeta?
Por quem sonhas, quem saúdas
No surgir da morte de insistir
Após os túmulos de néon
E cegos prazeres metálicos convergirem e
Se extinguirem na arcádia do sonho?


Reis Neutel