poemas
Três vezes de volta do coração
(volta em volta)
Acabou o verão, e meu coração é um incêndio
Luz fugitiva no matizar do instante
Paisagem brusca de sentidos
Acabou o verão, e meu coração é um inferno
Na alma o cálido gotejar do tempo
Invenção de repouso invicta
Acabou o verão, e meu coração não mais que um conto
Apaga as distâncias da distância
Com o desenleio dos sorrisos
Acabou-se o coração, nunca mais noites de veludo
Nem o sopro morno do amor
Nos deixarão despidos
Só não acaba este acabar, instintivo lampejar
Amante das dores do amar
Inquieto desejar
Luz fugitiva no matizar do instante
Paisagem brusca de sentidos
Acabou o verão, e meu coração é um inferno
Na alma o cálido gotejar do tempo
Invenção de repouso invicta
Acabou o verão, e meu coração não mais que um conto
Apaga as distâncias da distância
Com o desenleio dos sorrisos
Acabou-se o coração, nunca mais noites de veludo
Nem o sopro morno do amor
Nos deixarão despidos
Só não acaba este acabar, instintivo lampejar
Amante das dores do amar
Inquieto desejar
Rui Gonçalves Miranda
Porque o coração, mas quem o disse, é um abismo,
não sou senão o ser que não há
jamais
influxo pulsar na estrada de sangue da alma
meu coração, de carne, orgânico,
prazer instinto inquieto fatal
Porque o coração humano, alguém o disse,
o humano em coração é um abismo
a mais
volve e revolve e envolve e dissolve
meu coração uma mentira de facto
um bater sem de ter qualquer sinal
Abismo de carne e nervo e sangue e calma
papagaio de dor novelo ao vento
horizonte sem linha descaído
não sou senão o ser que não há
jamais
influxo pulsar na estrada de sangue da alma
meu coração, de carne, orgânico,
prazer instinto inquieto fatal
Porque o coração humano, alguém o disse,
o humano em coração é um abismo
a mais
volve e revolve e envolve e dissolve
meu coração uma mentira de facto
um bater sem de ter qualquer sinal
Abismo de carne e nervo e sangue e calma
papagaio de dor novelo ao vento
horizonte sem linha descaído
Rui Gonçalves Miranda
Amar é escusado que amar-te não sei
Porque não és senão amor
E eu amar amor não sei
Porque és o que sinto e canto
E respiro na paz calma
Do Verão de que Apolo parte
Amar o que sou não sei
Porque não sou senão
De ti o amor
Amar-te amor não sei
Porque o amor não é amar
Amar-nos amor não sei
Porque amar é só gostar
E não sendo nós senão amor
Porquê amor amar
Porque não és senão amor
E eu amar amor não sei
Porque és o que sinto e canto
E respiro na paz calma
Do Verão de que Apolo parte
Amar o que sou não sei
Porque não sou senão
De ti o amor
Amar-te amor não sei
Porque o amor não é amar
Amar-nos amor não sei
Porque amar é só gostar
E não sendo nós senão amor
Porquê amor amar
Rui Gonçalves Miranda
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